domingo, 17 de maio de 2009

Igreja de S. Roque


[Portugal, Eduardo]

A Ordem de Santo Inácio de Loyola, instituída em 1534, expandiu-se em Portugal a partir de 1540. A edificação de Igrejas e Casa Professas fez parte de um programa completo de construções, envolvendo múltiplas actividades ligadas à doutrinação e educação dos fiéis, pelo que a hipótese da implantação na Casa Professa em Lisboa foi bem acolhida por D. João III.
Em 1553, a Companhia de Jesus toma posse da Ermida de São Roque e obriga-se a construir, no interior da nova Igreja, uma Capela dedicada ao culto do Santo. Apesar dos Jesuítas desejarem mudar a evocação da Igreja, o rei decidiu perpetuar a tradicional designação, mantendo-se ainda hoje a designação de Igreja de São Roque.
O seu interior é composto por oito capelas, agrupadas quatro a quatro, de uma capela-mor e pequenos altares abrindo para um transepto inscrito. Pela prática de dourar grandes superfícies, recobrir outras de azulejos ou mármores, obtém-se um jogo de tonalidades que dá ao espaço interior da Igreja uma perspectiva singular.
O tecto da Igreja, suportado por uma estrutura de vigamento em madeira de origem prussiana, é o único exemplar lisboeta que resta dos grandes tectos pintados do período maneirista. Encontra-se atribuído ao pintor Francisco Venegas, a quem coube a execução dos elementos arquitectónicos em tromp-l'oeil, ainda no século XVI, e ao pintor Amaro do Vale que, no inicio do século XVII, lhe acrescenta o medalhão central representando o “Triunfo de Santa Cruz” e os painéis eucarísticos do topo Norte-Sul e Este-Oeste.
Com a expulsão da Companhia de Jesus do território português, a Igreja de São Roque é entregue à casa da Misericórdia de Lisboa, por carta régia de 8 de Fevereiro de 1768, que aqui instala os seus serviços até aos dias de hoje.


Sofia João



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