domingo, 17 de maio de 2009

Café “A Brasileira”.



Datado de 19 de Novembro de 1905, o Café “A Brasileira” localiza-se no Chiado, numa das zonas mais populares da cidade de Lisboa, na rua Garrett, perto do Largo do Chiado. desde sempre. Inicialmente, pouco valorizado pelas classes altas, frequentadoras deste tipo de espaço e mal visto pelos outros estabelecimentos, devido à facilidade de comercialização de café (o seu dono, Adriano Telles, vivera no Brasil). Para atrair clientela, passou a oferecer um copo de aromático a todos os visitantes, incentivando-os.
O luxo do espaço e a sua inovação artística, começou a atrair as elites culturais lisboetas, como trabalhadores e estudantes “da Biblioteca Nacional, da Faculdade de Letras e da Escola de Belas-Artes, frequentadores do Teatro São Carlos, advogados, médicos, jornalistas, revolucionários, escritores, poetas, pintores, todos ali se juntavam para beber café e, principalmente, conversar. “

(Frequentadores do estabelecimento)

Ficando conhecida por todo o país, A Brasileira ganhara fama de ponto de encontro politico e revolucionário. “Os restos da Carbonária à volta de uma mesa, os integralistas à volta de outra, os artistas como Fernando Pessoa, Almada Negreiros, José Pacheco ou Santa Rita Pintor à volta de outra. Onde nasceu a "bica" Sempre atento às necessidades da clientela que fidelizara, Adriano Telles voltou a fazer obras de remodelação, em 1923, tentando adaptar a decoração do café aos "tempos modernos" e acatando novos conceitos estéticos, considerados muito arrojados para a época, como decorar as paredes com obras de artistas que frequentavam a casa, como Almada Negreiros, Eduardo Viana, Bernardo Marques e Stuart Carvalhais. Também ali nasceu o termo "a bica", que hoje em quase todo o país significa uma chávena de café.
Jaime Soares da Silva faleceu em 2001, com 72 anos, mantendo-se a Brasileira nas mãos dos herdeiros, que afirmam ser sua intenção preservar a imagem emblemática do café, hoje enriquecida com a estátua em bronze do poeta Fernando Pessoa sentado na esplanada a beber café, da autoria do mestre Lagoa Henriques."



Cláudia Fernandes.

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