sábado, 16 de maio de 2009

Castelo de São Jorge.




Não se tem plena certeza da data concreta da construção do Castelo, apenas que “sob domínio islâmico essa antiga fortaleza foi reconstruída e ampliada, ao mesmo tempo que se construiu a Cerca Moura, primitiva muralha defensiva da cidade”. Os vestígios mais antigos encontrados datam do século VI, à Idade do Ferro. Localiza-se numa das colinas mais altas da cidade de Lisboa, sendo um dos pontos de referência da vista pela cidade.
Acredita-se que nos primeiros anos a colina era banhada por um esteiro do Tejo, que entrava pela praça do comércio e se prolongava até à Praça da Figueira/Martim Moniz, onde desaguava em pequeninas ribeiras.

“Estrabão, geógrafo do séc. I a.C., informa que Olisipo foi fortificada no séc. II a.C., durante as campanhas militares romanas na Lusitânia. Dessa fortificação não se encontraram até à data vestígios, mas sabe-se que Olisipo era, na época, um importante porto comercial, quer pelos geógrafos da antiguidade clássica que escreveram sobre a Península Ibérica, quer pelos vestígios arqueológicos descobertos.”
“Em 1147, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, conquista o Castelo e a cidade aos mouros. De meados do séc. XIII até ao início do séc. XVI, o Castelo conhece o seu período áureo. Transforma-se em Paço Real, ampliam-se os espaços antigos, constroem-se outros novos, instala-se o rei, a corte, os serviços do tombo, recebem-se personagens ilustres, nacionais e estrangeiras, assiste-se à primeira peça de Gil Vicente.
Com a transferência da residência real e da corte para a baixa da cidade, os terramotos de 1531 e 1755, e o retomar da função militar e de outras novas, vai-se acentuando a descaracterização do Castelo e do Paço Real pelas sucessivas construções que o vão escondendo dos olhares.”

Após o domínio cristão, efectuaram-se novas obras dando-lhe uma posição mais planimétrica que se mantém actualmente.

“D. Fernando, em 1373 - 1375, manda construir a Cerca Nova ou Cerca Fernandina, para que a cidade ficasse mais defendida, pois tinha-se expandido muito. Também, com D. Fernando, é instalada na Torre de Ulisses o tombo do reino, onde se guardava os documentos antigos do Arquivo Real.
Depois das guerras com Castela e restabelecida a paz, nos finais do séc. XIV, D. João I, manda atulhar o fosso e coloca o Castelo sobre a protecção de São Jorge, santo protector dos guerreiros e da fé cristã. Com o terramoto de 1755, o Castelo, descaracterizado pelas construções que lhe foram sendo acrescentadas, sofre graves danos, desaparecendo numerosos edifícios, torres e troços de muralha.”
“Integram a antiga área da alcáçova o Castelejo, a Casa do Governador e o Antigo Paço Real, o Bairro Residencial da época islâmica e a área da actual freguesia de Sta. Cruz do Castelo. “
Ao longo do tempo as estruturas militares da cidade de Lisboa foram ficando cada vez mais degredadas, dando um aspecto antiquado ao Castelo, o que conduziu à reconstrução de algumas áreas e da sua alteração, sendo que o sentido medieval surge dessas mesmas obras e não de qualquer invasão desde a idade média até hoje
É considerado Monumento Nacional em 1910, devido aos grandes valores culturais, históricos e memoráveis, arqueológicos e arquitectónicos que alberga dentro do contexto cultural português.


Cláudia Fernandes.

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